quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Então (que saco!) é natal...

A conformidade talvez seja a pior posição a respeito de algo. Quando sabemos que as coisas não mudarão, ou ainda, piorarão, o sentimento de impotência aumenta e então, apenas nos conformamos...
Foi assim de uns anos pra cá.
Todos ao meu redor sabem que eu não curto natal. Ano passado fizemos até uma comemoração Anti-Natal, com muito whisky e risadas e nenhuma reflexão. Todo mundo sabe que nessa época, minhas garras crescem, eu fico mais estúpida e dou chocotones às amigas por que amo elas – e só.
Me conformei a ver e crescer com um natal cada ano mais falso. Quando eu era criança a festa era linda, jantávamos todos juntos, ríamos, fazíamos festa mesmo. Celebrávamos o amor em família. Hoje, um jantar e um feliz natal morno escorrem junto às propagandas de TV parceladas em 24x sem juros. Depois da ceia queremos festa e trago... e só.
Me conformei em ver, com o passar do tempo, a família ficando cada vez menor, cada vez mais individual. A ver o consumismo aumentar, a violência aumentar, o descaso aumentar e a caridade virar rótulo de celebridades de 15 minutos. E me conformando acabei desistindo de pensar que o natal deste ano poderia ser diferente...
Hoje, o natal pra mim representa uma instituição falida em busca de donativos; tentando uma sobrevida que dure 11 meses. Uma falsa imagem de compreensão, de atitude positiva, de amor passada ao próximo apenas enquanto tem alguém olhando. O natal faliu. Minha crença, que faliu a muito tempo, só faz concretizar uma frustração de que nada novo vai acontecer esse ano que me faça mudar de idéia.
A conformidade pode ser a pior posição; lutar contra uma maré de oportunistas natalinos é ainda mais frustrante que não sentir uma compaixão natalina forçada.
Será que cristo, hoje lá de cima, vendo as pessoas gastando o salário todo em presentes que não precisam pra pessoas que muitas vezes não gostam, sente-se homenageado? Não vejo uma oração na mesa de natal a anos, e a impressão que tenho é que não sabemos mais como orar ou agradecer.
Minha fé é grande e inabalável; e as pessoas ainda surpreendem-se quando digo que não gosto de natal (-credo!!! É o nascimento de Jesus!), mas não deixo de questionar o sentimento contraditório que me causa um dos feriados mais populares mundialmente: não vejo sentido no natal, não gosto da janta, dos cumprimentos tampouco dos presentes, acho tudo sem propósito e falso demais.
Não me conformo que com toda essa violência, esse descaso como disse, esse samba louco que corre as ruas e nos faz entorpecer em uma festa religiosa; não me conformo com essa distância entre membros da própria família, salva de tiros comemorando a meia-noite, quebra de taças brindando champagne de mau gosto.
Pior que não enxergar é não ver.
...

Minha vó, na sabedoria de seus 90 anos, me disse ontem que "Deus, em sua glória, nos concede a dádiva de com o passar do tempo ir ganhando rugas e perdendo a visão, pois como somos seres dotados de grande vaidade, não nos conformaríamos de nos ver todos enrrugados!".
Sábia veia!
Um Feliz Natal a todos! Que vcs possam encontrar o que eu não encontro nessa data...e que 2009 seja um daqueles anos de perder o fôlego de tão bom!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Ltda

Pois me surpreendi quando ontem, ao atravessar a rua, me senti feliz ao pisar na calçada...pisar na calçada me dá segurança, e ali sei que é o limiar entre eu e os perigosos veículos auto motores (tem hífen!?? - nem todos, claro, mas em sua maioria respeitam as calçadas). Fiquei pensando em todas as coisas que nos colocam limites e nos fazem sentir seguras ou não, felizes ou não, presas ou não.
Casualmente, estou em fase complicada no trabalho justamente pela falta de limite de algumas com algumas pessoas... me sentir segura no cordão da calçada foi apenas um click pra pensar sobre os limites que tenho me imposto ultimamente.
Andar de mãos dadas com alguém limita meu espaço mas me dá conforto... limite de chamar por alguém me deixa insegura mas com vontade de gritar... limite de ações como sacudir alguém me faz ter bom senso e fica mais calma. Pisar na calçada me faz sentir segura. Andar na grama molhada me faz sentir livre. Usar colar me faz sentir arrepios. Usar anel, especialmente na mão esquerda, me faz sorrir sozinha...
Limites, creio, são para, assim como o medo, aguçar e incentivar nosso instinto de sobrevivência. Sem medo as pessoas seriam suicidas em sua maioria. Sem limites, seríamos neuróticos atrás... de limites!
Dentro do meu perímetro me imponho limites. Acho que se convive bem com quem tem e aceita os dos outros. Havia um tempo que eu não sabia o que era isso – nem medo – mas hoje percebo que além de muito mal educada, eu corria risco de me perder de mim mesma. Hoje tenho limite.
E hoje sinto que este está esgotando-se, de várias formas. Véspera de Natal, véspera de férias, véspera de casamento. Esse texto devia se chamar “nós e nossas vésperas”, por que passamos em busca de limites e à espera de alguma coisa que os ultrapasse. Meu limite ta chegando na beira, e antes que eu transborde, eu aumento a margem dele.
Não sei até quando vou agüentar aumentar, mas na hora que a corda ceder, o barco correr, o rio passar e meu perímetro for pequeno pra tanta falta de limite e água, tenho medo de que uma tempestade em mim se forme levando tudo embora.Pessoas e minha sanidade.
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Mas fora isso, é véspera de casório e eu to feliz demais! =)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Esqueleto pós-romance...


Pois quando abri o Orkut DELE e vi o recado da ex, meu batimento chegou a 548 mais ou menos. As mãos suaram, cheguei a tremer. Não, não de medo nem insegurança, mas de raiva. MUITA raiva. Daí, li, calmamente o texto que dizia: “Quer dizer que o babaloo vai casar !!! O nego veio hein!!!Não esquece de me mandar as fotos, quero ver todas.... To muito feliz por ti, tu merece ser muito feliz assim como eu to muito feliz aqui em Londres como o meu husband. Quando vai ser o casamento?” e fiquei com mais raiva. Daí, ensaiei uma resposta, comecei a ligar pra ele quando parei...parei!PAREI!!!
Por que diabos eu estava com tanta raiva? O que me levava a ter esse sentimento de querer esfolar a cara dela a porrada, quando na verdade eu tenho é que rir da displicente tentativa de ser “ingênua” e “amiga” de um cara que ela namorou 07 anos e o mais perto que chegou do altar foi em alguma missa de sétimo dia?
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Neste momento, me acalmei definitivamente.
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Por que será que a sombra da "EX" afeta tanto?
Será que é pela sombra dos momentos vividos que nunca teremos acesso? Será que é por sabermos que determinada época foi vivida, intensamente talvez, com alguém que não nós em um contexto diferente e que, DROGA, não temos como recuperar, viver, saber ou sentir!!?
Deve ser por posse, ciúme ou coceira nas mãos que não curtimos os "EX", seja quem for. É alguém que ocupou o nosso lugar durante um tempo que não estávamos lá pra nos defender e gritar que aquela pessoa era nossa, ora bolas!
Hoje fiquei com raiva da ex, mas sabem, no minuto seguinte que li o recado a palpitação da raiva passou e eu senti pena dela...07 anos, toda uma expectativa e absolutamente nenhuma chance de seguir o rumo. Daí ela se muda e em 5 meses casa, grita ao mundo que é super feliz mas ainda olha o Orkut dele toda semana e parabeniza pelo casamento. Isso pra mim se chama recalque. Isso se chama também insegurança. Eu também já fui ex, e também já fiz coisa parecida, de se mostrar presente pra ter a falsa sensação que despertará algum tipo de lembrança.
Tudo que causei foi riso, como os que dou agora.
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***Queridaaa... vai ser feliz. ***

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Celebre o amor...

Ah, o amor...ele salva, ele é brando, quente e forte. É profundo, contorce minhas vísceras, me faz perder o sono. Me acalma, acalenta, me afaga os cabelos, me beija as bochechas...
Quando primeiro vi o meu objeto de desejo eu tinha certeza que estava olhando para o amor da minha vida. A química era muito perfeita, as idéias encaixavam-se de forma inesperada, os corpos dançavam de maneira natural e sincronizada.
Me deixei seduzir pela sagacidade das idéias, pela sutileza intelectual, pelas doces manobras de um gênio capaz de tirar-me o chão. Hoje, não me vejo sem sentir isso; não me vejo sem sentir ele.
Na verdade, de todos os amores que eu achei que tive, ele é o que tenho de mais puro pois é verdadeiro e natural. O que sinto, quando estamos juntos ou simplesmente perto é a total certeza que tudo vai dar certo; é uma segurança acima do normal.
É mesmo fogo que arde, é delírio e é volúpia. É um mar de sensações inesperadas; são lágrimas e soluços, são tremores, prazeres, toques.
Até quando me tira a razão eu amo. E amo muito e amo mais ainda por que me desconcerta e me desatina e me deixa tonta com seu cheiro amadeirado e seus beijos. Me deixa sem ar e sem jeito quando me encara com aquele olhar e eu caminho o que for quando ele me estende a mão por que eu sei, e eu quero sentir e saber, que o lugar que estou indo é pleno de felicidade.
De todos os meus amores ele é o que amo mais por que, de todos, ele me leva a lugares onde ninguém ousou levar; se faz ausente de propósito e me deixa com água na boca quando retorna assim, despretensiosamente exuberante.
A caminho das bodas hoje nos encontramos e meu único desejo é que essa loucura não acabe. Que esse desejo não passe e que as estrelas continuem caindo, as luas enchendo e os sinos tocando para celebrarmos o que há de melhor em nós, um para o outro.

domingo, 30 de novembro de 2008

batata frita, nega-maluca e cachos de banana...

pois acredito, assim como várias linhas da psico, que o ambiente exerce papel fundamental no desenvolvimento da personalidade do sujeito. sou fã de criações saudáveis, com muito verde, árvores para se montar casas, cães e gatos, horta, grama para se atirar. creio que uma criança com a oportunidade de conviver com uma realidade fora do asfalto, pelo menos no período de folga das atividades, será sim uma criança mais feliz, mais rica de experiências, com uma consciência ecológica superior, com um aprendizado sobre natureza + animais que evitará que esta realize atos imprudentes por puro desconhecimento de causa.
o ambiente, ao meu ver, transforma as pessoas positiva ou negativamente, influencia, educa. portanto, temos que colocar nossas crias em lugares saudáveis e nos dar a chance de também aprender o que um lugar cheio de magia tem a nos oferecer.
ontem fomos, eu e meu amor, na casa da Paula e, meu deus, que felicidade fiquei o chegar lá e ver velas por todos os lados, cães, muitas árvores frutíferas, almofadas e poltronas dispostas em um ambiente acolhedor e cheio de vida e felicidade. a Paula tem um filho lindo de uns 2 anos e pouco e uma das conversas foi justamente a pauta acima, que é a felicidade de oportunizar pro teu filho uma criação cheia de vida e milhões de coisinhas a descobrir todos os dias, em meio a um maravilhoso espaço verde cheio de uma energia maravilhosa!
era aniver da Sá, comemos batata frita, nega-maluca e rimos muito.
no final, a promessa de mais visitas e de cachos de banana de presente. eu aceito!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Reviravoltando-me...

Ter vivido muitas vidas em 27 anos me faz ter náuseas de lembranças e saudade infinitas. Saudade do tipo que corta, do tipo que machuca, do tipo que é até gostosa de lembrar só pra doer mais um pouquinho...e daí quando a gente enfia mais a faca e dói de verdade, a gente chora pra não sangrar... Essa semana, coisas assim aconteceram. Um pouco por conta do cansaço que de tanto passou de físico a espiritual...até meu espírito ta mal de cansaço. Um pouco por conta das mudanças de casa e estado civil. Mexer nas caixas faz velhas feridas doer. E de saudade vivo, e de saudade vou vivendo.
Saudade da Luana. O aniver é dia 31/12, não tem como esquecer.Saudade daquele olhão verde água e das risadas altas.
Saudade do meu primo.E daquele abração, do bom humor, das confissões, da cumplicidade.
Me lembro dos 16 e das festas e, caralho, que vontade...
Saudade da Andréa me chamado de girafa nariguda enquanto caminhávamos até a Sugar.
Saudade de muita coisa...e de muita gente...de muitos momentos...de cheiros e gostos...de sons...
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Mas a maior saudade que tenho é a saudade de mim. Que saudade que eu tenho da Réka! Da Reka que não recusava nenhuma festa, que não sabia (e não sabe) se enturmar, andar em público, que morre de medo de ser julgada, que fez 05 tatuagens em 01 ano. A Réka que não parava em casa, que fazia mil coisas, que tinha energia...que fazia e acontecia...
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Saudade de mim, pq de tudo que eu mostrava eu escondia mais da metade. E é daquela inocência camuflada que eu tenho saudade. Do tempo que o meu olhar brilhava por qualquer coisa e que o meu riso era fácil e doce como uma manhã de sol.
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Hoje vejo que viver muitas vidas em poucos 27 anos ás vezes não vale a pena. Não pela inocência perdida ou pelo riso que se tornou muito difícil, mas simplesmente por que depois de algum tempo, nada parece novo e o ostracismo se torna um grande inimigo.
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De todas as coisas que tenho saudade, a das coisas que desconheço ainda é a maior...
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Gato, tu mia no meu telhado desde sempre. A saudade de ti é areia de deserto... Te amo!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

E Deus com isso???

Moça, foi deus. Graças a deus, gra-ças-a-deussssss, meu deus, meu senhor que meu filhinho conseguiu um emprego...sabé né, não é lá grande coisa, é tipo “pau-pá-toda-obra” na firma, disse que vai tê que fazê de tudo se quizé crescê lá dentro. Mas obrigadu meu deusinho amado abençoado, por que foi pur causa do senhor que ele conseguiu...moça, agora ele pode sê alguém, pode tê futuro e não sê um Bêbado como o pai dele, tê um trabalho.Ah, ele conseguiu com um político aí, esse home que conhece todo mundo...
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Moça, meu filhinho já ta melhor, graças a deus. Agora já é empregado de fato, com carteira assinada e tudo. Ganha mais um pouco de dinheiro todo mês e já pude melhorá um pouquinho a minha situação. O barraco ganhou uma faxina daquelas e umas cor esquista nas parede, coisa das modernidade da vida. Ele sempre me diz que a gente tem que se modernizá, eu acho tudo isso uma besteira mas digo sim por que, tadinho, trabalha tanto...
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Moça, a Sra. vê né, já faz quase 02 anos na mesma empresa, o menino é tão responsável, não falta um dia, anda todo embecadinho, arrumadinho, todo fresco quase. Outro dia falei pra ele que ele tava cheio de mania, que tinha que ser humilde e ele só pensa em crescê, crescê...embestou agora que quer mudar de casa e me levar junto, que o barraco é pequeno e feio e velho e fedorento, que ele já ganha melhor pra ter uma casa melhor...eu aceito, vou dizer o quê, ele trabalha tanto e se esforça tanto que merece mesmo se “dar bem na vida”. Embestou agora que eu tenho que estudá, pra aprendê a falá direito. Posso, estudar?Eu, uma veia sem futuro? Mas não vou dizer não por que, tadinho, trabalha tanto...
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Bom, to estudando faz algum tempo e é bem verdade que tudo melhora. A gente se mudou do barraco pruma casinha melhor, na mesma vila, mas é de tijolo sabe, alvenaria, toda cheirosinha e bonitinha. Eu tenho até um quarto separado, com porta e tudo, e guarda-roupa, imagina eu com guarda-roupa e porta no quarto. O guri anda bem, trabalhando tanto, tadinho, chega cansado, come e dorme. Nos fim de semana sai pras festa, quer dizer “pras festas”, por que agora eu estudo tenho que falar direito, então, ele sai e volta tarde meio cambaleando e sempre com umas meninas diferentes...eu não digo nada por que se não ele briga comigo e diz que quem paga é ele, e que aquelas são só um, como é mesmo que ele diz, um “passatempo”. Palavra bonita. Eu fingi que entendi, mas a verdade moça é que não entendo é nada dessa vida...mas fico quieta por que ele me dá roupa e comida da boa moça, da booooaaa e tadinho, trabalha tanto....
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Bom, o que posso lhe falar. Passaram-se quase 05 anos desde a primeira vez que nos falamos e muitas coisas mudaram. Sim, meu português melhorou muito e agora já não sinto vergonha em conversar com as pessoas. Fiz cirurgias plásticas por que o meu filhinho queria a mãe bem bonita pra apresentar pras pessoas. Ele até namora uma menina de família boa e me fez jurar que nosso passado deve permanecer esquecido. Ele trabalha tanto...mas também, comprou uma casa grande e carro, anda bem vestido e tem uma vida boa. Trabalha tanto, o pobre...tenho tanta pena por que, afinal, não faz nada além de trabalhar. Até viajar a trabalho ele viaja, já conheceu vários lugares. O mérito? Todo dele, sem dúvida. Ele merece cada centavo desse preciosa dinheiro. Deus? Deus???? Mas, minha querida, o que deus teve a ver com isso?

domingo, 16 de novembro de 2008

Credo!

Ando meio chateada com toda essa confusão que ocorre, mas possivelmente é pq minha demanda é muito maior do que minha oferta...CARALHO! É muita coisa pra pensar... =)
Mas na real to com algo na mente que me faz perder uns 5 min pensando...Minha professora de Historia e Sistemas da Psicologia, contando seus casos e acasos de quando trabalhava na casa da criança e adolescente em Poa, falou uma coisa horrivel...contou a historia de um menino que com 14 anos entrou no mundo das drogas, consumo e venda e loucurada e dívida e...tortura. Os caras pegaram ele, abriram o rosto dele na altura do queixo, de orelha a orelha e retiraram a pele do rosto até a testa, como forma de tortura...me deu aquela dor lá embaixo sabe, no ventre, de pensar em alguém me puxando a pele da cara...
Requinte de crueldade de alguém que não pode ser considerado humano. Pelo menos não humano como eu sou...

Ainda to meio bege com o ocorrido...

sábado, 8 de novembro de 2008

Borboletas na barriga...

Em algum outro momento normal, eu estaria como de costume: completamente tranquila. Mas hoje eu estou diferente...
Me sinto suada pelo calor que faz hoje; me sinto meio desbotada e sem graça; me sinto ansiosa por absolutamente tudo que acontece em minha rotina nos últimos tempos.
Talvez devesse jogar pro alto todas as minhas angústias e simplesmente viver day by day pero yo no puedo más con esta situacion....
Todas as milhões de sensações que hoje desfruto internamente e sem explicação são reflexos dos espelhos que eu mesmo pinto. E nos vitrilhos multi coloridos que joguei no chão na intenção de achar as cores ideais, os esparsos tons de cinza ainda são os que se fazem mais presentes.
Tenho várias borboletas destas. Sua imensidão, suas asas libertinas abertas e livres me fazem pensar e repensar as tais angústias. À beira da imensidão me deparo com a possibilidade de um vôo livre...mas ainda tenho medo de altura.
A vontade, meu Deus, de me deixar levar pela brisa suave oceânica é tanta...O medo de estar com um das asas quebradas destrói nmeus bons pensamentos...
quebro copos.acendo incensos.derrubo estantes.pinto, bordo, torço e retorço.
depois de tudo, o que fica é o ínfimo desse momento entre o ápice e a subida.é aquele momento em que cansada, ofegante e duvidosa, eu olhei pra cima e ao invés de ver os obstáculos eu enxerguei tua mão estendida.
e num vôo estendido de gozo e coragem, lançamo-nos na brisa dos desejos...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Edvard Munch

Talvez o mais desconcertante no silêncio seja a expectativa criada na espera de uma resposta. São milhares de sentimentos e idéias que passam em segundos na nossa cabeça, já imaginando uma reaçõ mais forte que a ação e então...o silêncio...o desconcertante silêncio...

Hoje contemplo o silêncio... descobri que coisas surpreendentes acontecem quando simplesmente não respondemos nada... ver a frustração na expressão alheia chega a corroer de frenezi um coração que chooooora por uma discussão, mas que acima de tudo, aprecia uma boa batalha. Principalmente de nervos...

De formas muito inusitadas, o silêncio se fez presente na minha vida e um belo dia descobri que não vivo sem ele. Eu simplesmente desisti de discutir por coisas que já estão desbotadas... Dei ao silêncio o lugar de ouro, no topo brilhante do meu coração. Me irritou? silêncio. Me chateou?silêncio. Espera de mim outra reação que não um esporro com todas as entonações possíveis? silêncio. O silêncio me cativou, conquistou em mim um lugar de honra, que me leva ao extase e me acaricia, me conforta, me adora...

E quando por fim não se tem mais o que fazer; quando por fim não se tem mais como segurar, quando a vontade e necessidade de responder se faz maior que qualquer outra coisa, quando a raiva corroe fazendo explodir os pensamentos, eu respondo um "aham..." por que, afinal, não sou de ferro...

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Nascida no dia das Bruxas...

Há 27 anos atrás estava eu, provavelmente, no colo de mamãe, ainda no hospital...nasci, dia 31.10 ás 9:30, sem muita pressa e cheia de sebo (sinal de riqueza, dizia a minha vó).
Enfim, cresci com muita pressa, pois aos 13 anos já tina 1,70m. Me tornei uma mulher-coisa chata e cansativa- e descobri que morro de saudade de certas coisas...
Saudade de quando eu era criança e aniversário era mesmo sinônimo de festa com brigadeiros e músicas de crianças. Meus presentes eram brinquedos e eu odiava ganhar roupas...
Saudade dos meus aniversários aqui em Gravataí, quando eu e uma galera comemorávamos sempre antes de ir pro halloween do Paladino, comendo a massa com salsicha de mamãe. A festa era sempre a melhor, a ressaca tb. As fantasias, o clima, o dia. Era sempre marcado, era mais um dia no calndário dos amigos: antes do Paladino, massa na casa da Réka. E lá íamos nós, de pança cheia, caminhando até o Paladino, com aquelas caras lindas maquiadas, já meio bêbados de adrenalina...
E hoje eu faço 27. um bocado de anos pra quem olha pra trás e ainda pensa que é cedo prum monte de coisas... mas também penso que já fiz tanta coisa, já vivi tanta coisa, já me exauri de tantas formas, que o cansaço que hoje carrego nos ombros - e olhos - provavelmente são marcas de minha experiência de vida...
Sabem, não me arrependo de nenhum segundo da minha vida até aqui, por que à vivi de forma completa e plena.
Posso dizer no fim que mais sorri que chorei, e isso por si só, faz tudo valer a pena!
Obrigada às pessoas que estiveram desde sempre perto de mim.
Obrigada à Tita por ser tão presente apesar dos meus surtos, ausências, sumiçoes e estranhezas.
Obrigada ao Babalú, por me fazer rir e ver o lado positivo de tudo, mesmo quando tudo parece tão esquisito!
Obrigada a Deus, por me dar a oportunidade de estar aqui, de ser quem eu sou, e de me tornar quem eu vou me tornar.
Felicidades pra mim.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Silêncio, barulho e pingos d'água...

Ah o silêncio! Só nos damos conta dos seus benefícios quando somos cercados por tanto barulho que nos deixa tonto...

Há tempos atrás daria muita coisa para morar no fervo de Poa. Mas fervo mesmo...bom fim, centro. Bairros velhos, cheios de história, vida e bares lotados. Várias pessoas passantes, zumbis andarilhos na Osvaldo entre uma e outra carreira. Daria tudo pelo agito, pelo Ocidente, pela vida que Poa me representava, pela distância que representava essa felicidade barulhenta, pessoas passando num vai e vem infernal e sem proporções claras.

Hoje, tudo que quero é silêncio...aquele silêncio nostálgico que dá sono e medo. Aquele silêncio que nos permite auto-conhecimento. Aquele silêncio que nos faz refletir sobre nossa condição enquanto ser humano, que nos faz sentir falta das vozes, que nos angustia, mas que é tão bom e tão necessário quanto uma manhã cinza de inverno.

Quero sentir aquele vazio que só dá quando estou sozinha em silêncio, contemplando o que há em mim de mais terrível e mais belo. Quero sentir o que sinto apenas quando estou comigo mesma e uma xícara de chá – ou café – em frente a uma janela qualquer: uma sensação de paz e pavor, desesperada para que o tempo passe e ele chegue; rezando para que o tempo demore a passar para eu ficar só...

Pingos d’água são por vezes mortais...não, não é uma metáfora...experimente dormir com chuva e uma goteira no forro de madeira...o que deveria ser relaxante e excitante torna-se tortura oriental. Não lembro se Chinês ou Japonês, mas algum deles utilizava a técnica de deixar um pingo d’água batendo em uma chapa de metal na sala do torturado. Fato é que a pessoa enlouquece. E é assim que to hoje...louca de sono, louca de cansada,louca de dor de cabeça,louca de raiva por conta do maldito pingo d’água no forro...

Quero a angustia do silêncio à tortura dos pingos d’água.

Quero poder curtir o desespero da solidão, a tremedeira não me deixando tomar o chá só pra sentir toda a alegria que é sentir tu chegando...

Quero poder fechar os olhos e deixá-los fechados, num sono tranqüilo, repousante, submerso...

sábado, 25 de outubro de 2008

Toda,toda...

http://absoluta-beleza.blogspot.com/2008/09/decadence-avec-elegance.html

Tem um texto meu nesse blog. Somebody else likes it too!!!! =)

O nome do Blog é Absoluta Beleza, o texto, Decadence Avec Elegance.
Tem uma porção de coisas legais e vários textos bem escritos (além do meu,lógico! hahahaha)

Vale a pena a olhadinha!

XOXO

Untouchable feelings...

Abre o olho. fecha. espreme. abre de novo. abre só meio. espreguiça-se.vira pro lado.se enrosca.cochila.acorda.palpita.treme.coração a mil. relaxa. ergue-se.senta.estica-se.levanta. caminha.abre.fecha.tira.bota.lava.seca.bota,bota,bota.
Engole.escova.sacode-se.abre.fecha.abre.entra.senta.fecha.liga.aperta.gira.engata.aperta. pressiona.aperta de novo. gira pra esquerda. gira pra direita. manobra. desvia.segue.roda.debria. roda.arranca.pára.debria.pára. arranca.acelera.acelera.roda.roda. pára. arranca.pára.arranca.
pára.arranca.vira.ultrapassa.freia.debria.engata.pára.estaciona. puxa.desliga.respira fundo.pensa.resgata.relembra.lembra.esquece.suspira.abre.fecha.aciona. entra.procedimento.
Coragem.enfrenta.estressa.se estressa.entrega-se.corrompe-se.desiste.insiste.pesiste.chora.ri. desilude-se.enfraquece-se.percebe.sente.respira. se engasga. briga. grita. chora.gargalha. debocha.ironiza.desarma.derruba.se ergue. levanta. caminha. caminha. caminha. corre. se arrasta. abate-se.vence.perde.respira fundo. orgulha-se.engrandece-se.se acha!.se quer. promete.engaja-se.encoraja-se.incomoda-se.se altera.se enerva.se enche.se esvazia.se torna.projeta.arruma.faz.executa.manda.desmanda. diz. Contradiz. fala. repete. repete de novo .não fala mais. silêncio. discute. grita. grita mais. sussurra. responde. sorri. pensa. reflete. estimula.incentiva.ordena.coordena.abraça.beija.empurra.puxa.levanta.ergue.tira.bora.carrega.
fala.fala.fala.explica-se.triplica-se.ouve.ouve.ouve.não ouve mais. finge que ouve. boceja. lacrimeja.come.respira.toma.engole.olha.analisa. procede. impede. quer. vai.finaliza.sai.respira fundo.suspira.agradece.sorri.abre.entra.fecha.sai.
Dirige.desvia. motiva. fala. suspira. devaneia. se cansa.se atira.canta.atende.fala.conta.debate. conclui.consegue.dobra.vira.pára.arranca.pára.arranca.debria.acelera.acelera.mais.mais. mais.abre.fecha.desliga.sai.caminha.entra.olha.acha.acaricia.brinca.sorri.entra.abraçam-se. força.beijam-se.abraçam-se. carinho. palavras. café. conversa. cumplicidade. troca. levantam-se. saem. caminham. abrem. entram. fecham. abre. saem. bla bla bla.fofocas.carinho.mãos dadas.caminham.beijam-se.despedem-se.prometem-se.se olham.se vão.entra.senta.arruma. organiza.assiste. aprende.debate. aprende. Ensina. exemplifica. se expressa.se entende. compreende. sorri. suspira. boceja. se encosta. escreve. executa. olha. levanta. carrega. caminha. encontra. beijam-se. abraçam-se. mãos dadas. caminham. abre. entram. sentam. vão. encaminham-se. conversam. chegam. abrem. entram. fecham. Saem. caminham. café. café. café. pão. chocolate. banho. chuveiro. água quente. suspira. relaxa. entrega-se. curte. aproveita. sai. se seca. toca. abraça. pega. aperta. abraçam-se. beijam-se.entrelaçam-se.querem-se.desejam-se.curtem-se.merecem-se. sobem. acendem. apagam. levantam. descem. abrem. fecham. deitam-se. querem-se. amam-se. adoram-se. permitem-se. libertam-se. suam. suam. suspiram. gemem. dançam. brincam. risadas. gargalhadas.tremem.olhares.suspiros.movimentos.êxtase. delírios.força. paixão.calma. descanso.água. deitam. relaxam. repousam. se encostam. se enlaçam. se encaixam. descansam.dormem...
Fecha o olho.pensa.repensa.tri pensa.desiste de pensar.relaxa.não pode. Revolta.se acalma.se vira.se encaixa.se entorta.se cansa.insiste.acomoda.se encolhe.desiste.cochila. abre o olho. Fecha. Espreme. Abre de novo. Abre só meio...fecha de vez
.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Um dos mais bem escritos textos que conheço. Claro que não é meu (quanto tolice!), mas é de uma pessoa mágica e sabida. Márcia Frazão, escritora, bruxa e cozinheira entre outras coisas.

Delicia!

Panis at Circenses
"Quando Deus caiu em si e se deu conta da merda que fizera, já era tarde. O mundo, aquele mundo que Ele criara do Verbo, desandara em bizarras conjugações. "Vernáculo medíocre", deu de resmungar pelos cantos, horrorizado´perante a Obra parca e medíocre a refletir no espelho uma provável mediocridade. "Se a mediocridade foi por mim criada, logo medíocre sou", afirmava aos mais íntimos após muitos copos de vinho.
Não sei se pelo porre divino ou pelas cicatrizes que o horror lhe criara na face, os anjos o abandonaram, levando com eles as "boas" almas numa rósea revoada.
Assustados, débeis e mal agradecidos, os anjos (pela primeira vez!) não cumpriram os salamaleques da boa educação e foram embora sem despedidas, levando debaixo das asas algumas coisinhas. Surrupiaram a prataria do palácio, as jóias da finada Deusa, a porcelana chinesa, a música, as telas, as esculturas, as tragédias e os dramas e livros criados por uma "cambada de malucos" que Deus insistia em se cercar.
A razão que os fez surrupiar as obras de arte estava a léguas do bom gosto e do refinamento. Os anjos, por assexualidade ou mesmo por falta de caráter, não tinham ouvidos nem olhos nem alma para apreciá-las, mas tinham raciocínio matemático para vendê-las ao primeiro receptador que aparecesse. "Essas drogas valem dinheiro!", repetiam em coro ao mesmo tempo em que redigiam o anúncio para os classificados do Diário Celestial.
Como era de se esperar, o anúncio surtiu efeito e logo os anjos se viram cercados dos mais variados tipos de receptadores. As obras foram vendidas de maneira rápida, eficiente e menos lucrativa do que o esperado. Mas como não tinham ouvidos nem olhos nem alma para o verdadeiro preço da arte, os anjos se contentaram com os parcos trocados arrecadados . Satisfeitos enfiaram os tostões nos bolsos e junto com as "boas" almas torraram o dinheiro numa loja de 1,99.
Carregados de flores de plástico, imãs de geladeira, bichinhos de pelúcia, pregadores de cabelo, fôrmas de silicone e de todas as bugingangas made in Taiwan ou China, rumaram para outras bandas do céu, para um lugar iluminado por lâmpadas azuis e perfumado por duvidosa essência. E lá criaram um novo mundo. Um admirável mundo novo construído de acordo com um bizarro manual de instruções de um DVD mais bizarro ainda. Não contentes, inventaram um novo Deus que, por gagueira ou cópia mal feita, não conseguiu enunciar o Verbo e acabou criando o mundo a partir de uma Sílaba.
Bojudos de tanta felicidade falsificada, entronaram o clone num patético trono iluminado por néon. E como o sustento de um Deus assim custa os olhos da cara, criaram uma forma de sustentá-lo, erguendo no céu uma nova Las Vegas.
Quando os anjos partiram, Deus, o verdadeiro, recuperou a lucidez divina. Por estar de saco cheio das chatices bem comportadas, dissimuladas, falsificadas, das "boas" almas, não sentiu falta delas. Não lamentou pela prataria (dava uma trabalheira polir!) nem pelas obras de arte roubadas (os autores haviam ficado!). Pela primeira vez em milhões e milhões de séculos, o Verbo, o vernáculo sagrado, recuperou a transcendência e ecoou solto, livre como um risco de Picasso.
Dizem que naquele dia o céu incendiou de estrelas e Deus foi visto dentro da lua abraçado ao Diabo..."

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Seres irracionais...

~>Na falta de assunto dessa minha vidinha mais ou menos parada, o que não falta são as trivialidades que nos cercam nos deixando a certeza de que somos humanos irracionais, idiotas e movidos por instintos.<~

O caso Eloá...gente, eu nem sabia que a garota havia morrido até hoje pela manhã, quando liguei a TV para assistir o Bom Dia Brasil - e ja estava dando Ana maria BrEga... que coisa mais absurda!!!! Sabe o que eu lembrei? Do meu primeiro namorado...ele era absurdamente ciumento, possessivo,violento...eu podia ter tido o mesmo desfecho, não fosse a perspicaz atitude familiar... Agora, um cara matar uma garota pq ela terminou o namoro..affff, quanta insegurança e falta de amor próprio..."vai capinar maluco", como diria meu pai, "que a vida anda"!

Há dois dias vi na ZH uma reportagem de um véio estúpido que arrastou a cadela presa ao carro pq queria "se livrar dela"...daí eu penso: se eu chingo alguém acima de 60 anos pq gritou (latiu) comigo ou tentou "avançar" em mim, é bem provável que me defender ngm venha. POBRE CADELINHA! Pelo menos essa sobreviveu...sabe do que eu lembrei? Do W-miro. Ele é o chefe da manutenção do lugar que eu trabalho e queria "dar cabo" em duas cadelas que apareceram por lá.Daí hoje pela manhã, enquanto tentava segurar a cólera e parar de chingar ele pelos maus pensamentos, sabe o que ele me disse? "Aaahhh RRRRenata! os filhotinhos eu mato mesmo, eles nem sentem, dou uma marretada na cabeça...depois que pega um tamanho daí não dá, mas enquanto tá bem bebe eu mato"... sabe...apesar dele ter matado duas ninhadas inteiras da cadela da casa dele, ela ainda o recebe feliz e abandando o rabo. Entendo por que os animais são considerados irracionais, não pq não pensam como nós, ou pq não são capazes de cálculos complexos, mas por que não discernem o bem e o mal e fazem de tudo pelo seu dono; pq sentem de verdade amor e alegria e expressam isso abanando seus rabos felizes...Eu tenho tres cadelas, e até quando a Panqueca engravidou sem a gente querer, nunca passou pela minha cabeça nada além de cuidar deles.E castrar ela!!!

Um carroceiro que bate em seu cavalo cada vez mais forte pra este andar mais rápido, deixa o bicho sem comida pra punir por qualquer coisa, não deve se tocar que o cavalo é a maior fonte de riqueza que tem né? Pq se um taxista deixa o carro com pneu furado, todo sujo e com pouco combustível forçando-o para andar, é bem possível que certa hora o carro 'pife'...e o cavalo?

Sabe, penso nessas coisas todas...penso na crise americana e nas eleições americanas e penso em todo um conjunto de países fortes tremendo as canelas por conta dos eua. Penso no dólar subindo, na crise decolando, nos empregos caindo e me pergunto: o que será que vai ser feito pra mudar essa situação? Tipo, como é que se muda isso? O que será que o novo presidente vai fazer...

Anyway, com um país elegendo corruptos e mulheres que estão na cadeia e controlam tráfico, onde namorados matam meninas e velhos arrastam cachorros amarrados ao para-choque, não posso esperar nada além da vitória da ignorancia.... Uma pena.

"Nunca a natureza é tão aviltada como quando a ignorância supersticiosa tem a arma do poder" - Voltaire

domingo, 19 de outubro de 2008

homo sapiens

Sábado pela manhã tive, em minha aula de filosofia, uma discussão (no ótimo sentido) sobre Fenomenos Afetivos e todas as suas conexões. Passamos pelas emoções, paixões até chegar aos sentimentos, que são verdadeiramente profundos e verdadeiros, não tão efêmeros e superficiais, nem tão loucos e obsessivos.
Por isso adoro as coincidências que me cercam. Em um momento em que me encontro completamente em crise por conta dos tais fenômenos afetivos, me cai esse tema no colo de uma forma que eu vou, com plena certeza, aproveitar por completo, através da filosofia. Sim, por que nestes dias que vivo, apenas a filosofia me toca a ponto de me fazer pensar. E como, mais coincidentemente ainda, estou estudando a Psicologia dentro da filosofia, nada soa tão perfeito.
Na tentativa de arrumar a bagunça que minha vida se tornou depois de uma discussão profissional, acabei piorando ainda mais a situação. Tipo sexta, quando fui buscar uma caixa no porta-malas do carro. Tava chovendo, o carro tava na grama. A porta do porta-malas não abriu o suficiente e deu na minha cabeça. Deixei o guarda-chuva do lado pra segurar a porta do porta- malas e é claro que ele abriu. Peguei a caixa, o guarda-chuva molhado por dentro e fechei a porta ...a chave do carro caiu no chão, acionou o alarme...além do barulho, a vergonha e o banho. Me molhei toda e ainda amassei a caixa. Não podia ser diferente, tinha que ser tudo junto!
Enfim... tentei arrumar minha situação e ela passou de ruim a sofrível... tirando o sarcástico bom humor que me rodeia frequentemente, ando completamente apática e com uma expressão doentia. Veja bem, doentia, não doente. Sabe aquela cólera no olhar que indica que a qualquer momento eu vou dar uma de coringa e incendiar um hospital...ahsuahsuahsuahsua
Sei lá...algo borbulha dentro de mim uma insanidade não tão momentânea assim misturada com um sentimento de amor fraternal despertado apenas por poucos felizes mortais (alguns de rabos abanantis, outros de cabeças latejantes...). Ando devaniando logicamente sobre milhões de coisas sem sentido pra chegar a conclusão nenhuma...
Acho que meu próximo texto vou escrever sobre sexo...é melhor, mais gostoso, mais saudável.
Na minha aula de Bases Biológicas a professora dissertou sobre a evolução da espécie humana e entre outros exemplos falou do tamanho da caixa craniana e do cérebro. Baseada nisso, e considerando que a diferença de tamanho entre o cérebro de um A. Farensis e de um homo sapiens é de 1.200cc, se eu chamar alguém de “cabeção” deixaria de ser uma ofensa pra se tornar um elogio (interrogação).

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

***Canção do dia de sempre***
Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...
Dia nublado, algumas expectativas,
muita preguiça e boa tv...
Pensei em um monte de coisas hoje...
Pensei em como vai ser o findi (tabalharei forte)...
Pensei em como vai ser o DL do Leandro...
Pensei no tamanho que tá o meu saco, de tão cheio...
Cheguei a várias conclusões interessantes,
mas nenhuma publicável...
I love to be me!
And I love to be with you!
Thanks kitten...you're the reason for all my victories
You're my joy...
*****I LOVE YOU!*****

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Torna-te o que tu és, conhece-te a ti mesmo e outros de auto-conhecimento


Ontem, em disciplina de Personalidade, fizemos uma dinâmica relacionada ao conteúdo de Traços da Personalidade baseado nas leituras de textos de Allport, Eysenck e Cattel. Traços da personalidade são aquelas características latentes, as que vemos, as que as pessoas nos passam no dia-a-dia de forma não proposital (quase sempre...). Enfim, a dinâmica consistia em escrever três características, positivas e negativas, do teu colega da direita e também três positivas e negativas na tentativa de adivinhar o que o teu colega da esquerda achava de ti...
Eu escrevi sobre a Camile e tentei adivinhar o que o Marcelo achava de mim... Well, minha conclusão de experiência foi um tanto interessante. Descobri, por exemplo, que não gosto quando as pessoas acham coisas de mim que eu não sou – ou pelo menos não acho que sou. O Marcelo, que eu nunca tinha nem falado com, disse que eu parecia ansiosa e impaciente e também inteligente, educada e algo mais que não lembro... sabe qual foi minha reação??? Fiquei ROXA de vergonha... não que tenha algum problema em falar, pois não tenho, mas falar de mim à pessoas que não conheço me soou tão absurdamente constrangedor, apesar do exemplo de todos os colegas, que eu travei. Fiquei num vermelhão, tremi a voz pra caralho, me expliquei e, depois que me acalmei, pensei no quanto eu sou idiota por agir assim. E fiquei, então, com ainda mais vergonha... e mais vermelha...
Saindo pro intervalo na tentativa de desopilar e tomar um refri com o Leandro, começamos com uma conversa interessantemente ligada à minha aula: a maneira com que me comporto e o que passo aos outros não é nada parecida com o jeitinho que sou e penso realmente. Já tive minhas fases malucas e a figura delas é ainda tão forte pra alguns que, quando alguém pergunta da “Réka” a resposta é “ah, sei, aquela louca amiga da Betina e da Tamara... bah, que trio”.
Na busca por auto-conhecimento, totalmente influenciada pela faculdade de psicologia e pelas terapias com as ‘supers’ Carla e Cris, me questiono “Who the hell AM I?”. E é óbvio que antes de achar respostas me perco na poeira...
Os ensinamentos de Sócrates (sábia Cris!) me diziam pra me conhecer a mim mesma dentro de mim comigo mesma (é, redundante e necessário!). Ora, como (re)conhecer algo que não sei o que? Então, Nietzsche, niilista,sarcástico e ateu me revela a frase que me fez ter a sensação de ataraxia mais procurada da minha vida: TORNA-TE O QUE TU ÉS...
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Sem medo...mas com cautela!

"Temer o amor é temer a vida e os que temem a vida já estão meio mortos..."

Não "meio-morro" há algum tempo. Dei tantas voltas procurando me encontrar que acabei tonta e mais perdida! Enfim, quando algumas pessoas me perguntam "mas de novo...pra quê!?", a minha resposta é, além da levantada básica na sombrancelha esquerda e do sorrisinho sarcástico, um "por que SIM!" bem grande.
Sempre que nos machucamos, de qualquer forma, tendemos a não mais adotar tal comportamento. Afinal, pra que, de novo? Pelo simples prazer de fazer dar certo... Tem algo mais prazeirosamente desconcertante que tu conseguir inverter um placar destinado, talvez, ao fracasso e lamúria?
Enfim (de novo, por que adoro os "enfins"), escolhi me dar de presente uma deliciosa chance de ser feliz e levantar da tumba dos meio-mortos. Escolhi viver e vivendo, amar e amando, rir e chorar, e chorando aprendendo a amar mais - eu e os outros. Escolhi me entregar à vida e dar à vida o que é da vida (como de César e toda aquela história) e guardar o que é meu.
Escolhi ser eu e ser feliz assim. Escolhi fazer da vida uma comédia, pq de drama se formam as rugas...
Escolhi TU pra ser feliz comigo, por mim e pra mim. E a recíproca...hum...verdadeiríssima!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Em tudo, ao meu amor, serei atento...

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vive-lo em cada vão momento
E em seu louvour hei de espalhar meu canto
E rir seu riso e derramar seu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, fim de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

É assim que começo...dizendo aos borbotões que meu coração, vísceras, alma, corpo, pensamentos tem um dono que cuida - e bem - de mim...um dono que me domina com a sutil delicadeza de seu toque e adentra minh'alma pelos olhos...

Te amo Leandro...Hoje, há 09 meses...