quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Ltda

Pois me surpreendi quando ontem, ao atravessar a rua, me senti feliz ao pisar na calçada...pisar na calçada me dá segurança, e ali sei que é o limiar entre eu e os perigosos veículos auto motores (tem hífen!?? - nem todos, claro, mas em sua maioria respeitam as calçadas). Fiquei pensando em todas as coisas que nos colocam limites e nos fazem sentir seguras ou não, felizes ou não, presas ou não.
Casualmente, estou em fase complicada no trabalho justamente pela falta de limite de algumas com algumas pessoas... me sentir segura no cordão da calçada foi apenas um click pra pensar sobre os limites que tenho me imposto ultimamente.
Andar de mãos dadas com alguém limita meu espaço mas me dá conforto... limite de chamar por alguém me deixa insegura mas com vontade de gritar... limite de ações como sacudir alguém me faz ter bom senso e fica mais calma. Pisar na calçada me faz sentir segura. Andar na grama molhada me faz sentir livre. Usar colar me faz sentir arrepios. Usar anel, especialmente na mão esquerda, me faz sorrir sozinha...
Limites, creio, são para, assim como o medo, aguçar e incentivar nosso instinto de sobrevivência. Sem medo as pessoas seriam suicidas em sua maioria. Sem limites, seríamos neuróticos atrás... de limites!
Dentro do meu perímetro me imponho limites. Acho que se convive bem com quem tem e aceita os dos outros. Havia um tempo que eu não sabia o que era isso – nem medo – mas hoje percebo que além de muito mal educada, eu corria risco de me perder de mim mesma. Hoje tenho limite.
E hoje sinto que este está esgotando-se, de várias formas. Véspera de Natal, véspera de férias, véspera de casamento. Esse texto devia se chamar “nós e nossas vésperas”, por que passamos em busca de limites e à espera de alguma coisa que os ultrapasse. Meu limite ta chegando na beira, e antes que eu transborde, eu aumento a margem dele.
Não sei até quando vou agüentar aumentar, mas na hora que a corda ceder, o barco correr, o rio passar e meu perímetro for pequeno pra tanta falta de limite e água, tenho medo de que uma tempestade em mim se forme levando tudo embora.Pessoas e minha sanidade.
...
Mas fora isso, é véspera de casório e eu to feliz demais! =)

Um comentário:

Cami disse...

É nesses momentos que eu costumo pensar muito na palavra: PACIÊNCIA.
A Paciência para mim, é mais difícil e o mais importante dos testes. Se passamos ao teste da paciência, que a vida nos passa a todo o momento, nosso perímetro aumenta horrores.

Beijão, moça!