domingo, 30 de novembro de 2008

batata frita, nega-maluca e cachos de banana...

pois acredito, assim como várias linhas da psico, que o ambiente exerce papel fundamental no desenvolvimento da personalidade do sujeito. sou fã de criações saudáveis, com muito verde, árvores para se montar casas, cães e gatos, horta, grama para se atirar. creio que uma criança com a oportunidade de conviver com uma realidade fora do asfalto, pelo menos no período de folga das atividades, será sim uma criança mais feliz, mais rica de experiências, com uma consciência ecológica superior, com um aprendizado sobre natureza + animais que evitará que esta realize atos imprudentes por puro desconhecimento de causa.
o ambiente, ao meu ver, transforma as pessoas positiva ou negativamente, influencia, educa. portanto, temos que colocar nossas crias em lugares saudáveis e nos dar a chance de também aprender o que um lugar cheio de magia tem a nos oferecer.
ontem fomos, eu e meu amor, na casa da Paula e, meu deus, que felicidade fiquei o chegar lá e ver velas por todos os lados, cães, muitas árvores frutíferas, almofadas e poltronas dispostas em um ambiente acolhedor e cheio de vida e felicidade. a Paula tem um filho lindo de uns 2 anos e pouco e uma das conversas foi justamente a pauta acima, que é a felicidade de oportunizar pro teu filho uma criação cheia de vida e milhões de coisinhas a descobrir todos os dias, em meio a um maravilhoso espaço verde cheio de uma energia maravilhosa!
era aniver da Sá, comemos batata frita, nega-maluca e rimos muito.
no final, a promessa de mais visitas e de cachos de banana de presente. eu aceito!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Reviravoltando-me...

Ter vivido muitas vidas em 27 anos me faz ter náuseas de lembranças e saudade infinitas. Saudade do tipo que corta, do tipo que machuca, do tipo que é até gostosa de lembrar só pra doer mais um pouquinho...e daí quando a gente enfia mais a faca e dói de verdade, a gente chora pra não sangrar... Essa semana, coisas assim aconteceram. Um pouco por conta do cansaço que de tanto passou de físico a espiritual...até meu espírito ta mal de cansaço. Um pouco por conta das mudanças de casa e estado civil. Mexer nas caixas faz velhas feridas doer. E de saudade vivo, e de saudade vou vivendo.
Saudade da Luana. O aniver é dia 31/12, não tem como esquecer.Saudade daquele olhão verde água e das risadas altas.
Saudade do meu primo.E daquele abração, do bom humor, das confissões, da cumplicidade.
Me lembro dos 16 e das festas e, caralho, que vontade...
Saudade da Andréa me chamado de girafa nariguda enquanto caminhávamos até a Sugar.
Saudade de muita coisa...e de muita gente...de muitos momentos...de cheiros e gostos...de sons...
...
Mas a maior saudade que tenho é a saudade de mim. Que saudade que eu tenho da Réka! Da Reka que não recusava nenhuma festa, que não sabia (e não sabe) se enturmar, andar em público, que morre de medo de ser julgada, que fez 05 tatuagens em 01 ano. A Réka que não parava em casa, que fazia mil coisas, que tinha energia...que fazia e acontecia...
...
Saudade de mim, pq de tudo que eu mostrava eu escondia mais da metade. E é daquela inocência camuflada que eu tenho saudade. Do tempo que o meu olhar brilhava por qualquer coisa e que o meu riso era fácil e doce como uma manhã de sol.
...
Hoje vejo que viver muitas vidas em poucos 27 anos ás vezes não vale a pena. Não pela inocência perdida ou pelo riso que se tornou muito difícil, mas simplesmente por que depois de algum tempo, nada parece novo e o ostracismo se torna um grande inimigo.
...
De todas as coisas que tenho saudade, a das coisas que desconheço ainda é a maior...
...
Gato, tu mia no meu telhado desde sempre. A saudade de ti é areia de deserto... Te amo!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

E Deus com isso???

Moça, foi deus. Graças a deus, gra-ças-a-deussssss, meu deus, meu senhor que meu filhinho conseguiu um emprego...sabé né, não é lá grande coisa, é tipo “pau-pá-toda-obra” na firma, disse que vai tê que fazê de tudo se quizé crescê lá dentro. Mas obrigadu meu deusinho amado abençoado, por que foi pur causa do senhor que ele conseguiu...moça, agora ele pode sê alguém, pode tê futuro e não sê um Bêbado como o pai dele, tê um trabalho.Ah, ele conseguiu com um político aí, esse home que conhece todo mundo...
...
Moça, meu filhinho já ta melhor, graças a deus. Agora já é empregado de fato, com carteira assinada e tudo. Ganha mais um pouco de dinheiro todo mês e já pude melhorá um pouquinho a minha situação. O barraco ganhou uma faxina daquelas e umas cor esquista nas parede, coisa das modernidade da vida. Ele sempre me diz que a gente tem que se modernizá, eu acho tudo isso uma besteira mas digo sim por que, tadinho, trabalha tanto...
...
Moça, a Sra. vê né, já faz quase 02 anos na mesma empresa, o menino é tão responsável, não falta um dia, anda todo embecadinho, arrumadinho, todo fresco quase. Outro dia falei pra ele que ele tava cheio de mania, que tinha que ser humilde e ele só pensa em crescê, crescê...embestou agora que quer mudar de casa e me levar junto, que o barraco é pequeno e feio e velho e fedorento, que ele já ganha melhor pra ter uma casa melhor...eu aceito, vou dizer o quê, ele trabalha tanto e se esforça tanto que merece mesmo se “dar bem na vida”. Embestou agora que eu tenho que estudá, pra aprendê a falá direito. Posso, estudar?Eu, uma veia sem futuro? Mas não vou dizer não por que, tadinho, trabalha tanto...
...
Bom, to estudando faz algum tempo e é bem verdade que tudo melhora. A gente se mudou do barraco pruma casinha melhor, na mesma vila, mas é de tijolo sabe, alvenaria, toda cheirosinha e bonitinha. Eu tenho até um quarto separado, com porta e tudo, e guarda-roupa, imagina eu com guarda-roupa e porta no quarto. O guri anda bem, trabalhando tanto, tadinho, chega cansado, come e dorme. Nos fim de semana sai pras festa, quer dizer “pras festas”, por que agora eu estudo tenho que falar direito, então, ele sai e volta tarde meio cambaleando e sempre com umas meninas diferentes...eu não digo nada por que se não ele briga comigo e diz que quem paga é ele, e que aquelas são só um, como é mesmo que ele diz, um “passatempo”. Palavra bonita. Eu fingi que entendi, mas a verdade moça é que não entendo é nada dessa vida...mas fico quieta por que ele me dá roupa e comida da boa moça, da booooaaa e tadinho, trabalha tanto....
...
Bom, o que posso lhe falar. Passaram-se quase 05 anos desde a primeira vez que nos falamos e muitas coisas mudaram. Sim, meu português melhorou muito e agora já não sinto vergonha em conversar com as pessoas. Fiz cirurgias plásticas por que o meu filhinho queria a mãe bem bonita pra apresentar pras pessoas. Ele até namora uma menina de família boa e me fez jurar que nosso passado deve permanecer esquecido. Ele trabalha tanto...mas também, comprou uma casa grande e carro, anda bem vestido e tem uma vida boa. Trabalha tanto, o pobre...tenho tanta pena por que, afinal, não faz nada além de trabalhar. Até viajar a trabalho ele viaja, já conheceu vários lugares. O mérito? Todo dele, sem dúvida. Ele merece cada centavo desse preciosa dinheiro. Deus? Deus???? Mas, minha querida, o que deus teve a ver com isso?

domingo, 16 de novembro de 2008

Credo!

Ando meio chateada com toda essa confusão que ocorre, mas possivelmente é pq minha demanda é muito maior do que minha oferta...CARALHO! É muita coisa pra pensar... =)
Mas na real to com algo na mente que me faz perder uns 5 min pensando...Minha professora de Historia e Sistemas da Psicologia, contando seus casos e acasos de quando trabalhava na casa da criança e adolescente em Poa, falou uma coisa horrivel...contou a historia de um menino que com 14 anos entrou no mundo das drogas, consumo e venda e loucurada e dívida e...tortura. Os caras pegaram ele, abriram o rosto dele na altura do queixo, de orelha a orelha e retiraram a pele do rosto até a testa, como forma de tortura...me deu aquela dor lá embaixo sabe, no ventre, de pensar em alguém me puxando a pele da cara...
Requinte de crueldade de alguém que não pode ser considerado humano. Pelo menos não humano como eu sou...

Ainda to meio bege com o ocorrido...

sábado, 8 de novembro de 2008

Borboletas na barriga...

Em algum outro momento normal, eu estaria como de costume: completamente tranquila. Mas hoje eu estou diferente...
Me sinto suada pelo calor que faz hoje; me sinto meio desbotada e sem graça; me sinto ansiosa por absolutamente tudo que acontece em minha rotina nos últimos tempos.
Talvez devesse jogar pro alto todas as minhas angústias e simplesmente viver day by day pero yo no puedo más con esta situacion....
Todas as milhões de sensações que hoje desfruto internamente e sem explicação são reflexos dos espelhos que eu mesmo pinto. E nos vitrilhos multi coloridos que joguei no chão na intenção de achar as cores ideais, os esparsos tons de cinza ainda são os que se fazem mais presentes.
Tenho várias borboletas destas. Sua imensidão, suas asas libertinas abertas e livres me fazem pensar e repensar as tais angústias. À beira da imensidão me deparo com a possibilidade de um vôo livre...mas ainda tenho medo de altura.
A vontade, meu Deus, de me deixar levar pela brisa suave oceânica é tanta...O medo de estar com um das asas quebradas destrói nmeus bons pensamentos...
quebro copos.acendo incensos.derrubo estantes.pinto, bordo, torço e retorço.
depois de tudo, o que fica é o ínfimo desse momento entre o ápice e a subida.é aquele momento em que cansada, ofegante e duvidosa, eu olhei pra cima e ao invés de ver os obstáculos eu enxerguei tua mão estendida.
e num vôo estendido de gozo e coragem, lançamo-nos na brisa dos desejos...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Edvard Munch

Talvez o mais desconcertante no silêncio seja a expectativa criada na espera de uma resposta. São milhares de sentimentos e idéias que passam em segundos na nossa cabeça, já imaginando uma reaçõ mais forte que a ação e então...o silêncio...o desconcertante silêncio...

Hoje contemplo o silêncio... descobri que coisas surpreendentes acontecem quando simplesmente não respondemos nada... ver a frustração na expressão alheia chega a corroer de frenezi um coração que chooooora por uma discussão, mas que acima de tudo, aprecia uma boa batalha. Principalmente de nervos...

De formas muito inusitadas, o silêncio se fez presente na minha vida e um belo dia descobri que não vivo sem ele. Eu simplesmente desisti de discutir por coisas que já estão desbotadas... Dei ao silêncio o lugar de ouro, no topo brilhante do meu coração. Me irritou? silêncio. Me chateou?silêncio. Espera de mim outra reação que não um esporro com todas as entonações possíveis? silêncio. O silêncio me cativou, conquistou em mim um lugar de honra, que me leva ao extase e me acaricia, me conforta, me adora...

E quando por fim não se tem mais o que fazer; quando por fim não se tem mais como segurar, quando a vontade e necessidade de responder se faz maior que qualquer outra coisa, quando a raiva corroe fazendo explodir os pensamentos, eu respondo um "aham..." por que, afinal, não sou de ferro...