segunda-feira, 1 de março de 2010

José Mindlin

Vi hoje pela manhã a notícia que José Mindlin morreu. Pra quem não sabe, ele foi um defensor da leitura, colecionava livros, era imortal da Academia Brasileira de Letras ("Trocaria a imortalidade por mais 10 anos de vida. - E o que vc faria com mais 10 anos? -Eu leria mais, cada vez mais livros!) enfim, como os amigos os descreviam: "um homem impecável!"

Bem, pra uma amante de livros e livreiros que sou, eu sinto a morte dele não por ele pessoa - mas por ele exemplo. E são esses bons exemplos que um país carente de educação precisa...precisamos ler mais, precisamos nos integrar com as letras - viajar, aprender, nos consumirrrrrr de paixão por livros grossos, pesados e cheios de história.
Meu sonho - e sim, vai ser sempre apenas um sonho - é ter acesso aos pergaminhos secretos da biblioteca de Alexandria... As letras com cheiro de história...Os primeiros escritos... ai...ai...

Enfim, o Brasil perde um belo exemplo de que viajar, sonhar, sair desse mundo cruel não necessita de drogas pesadas - uma boa leitura, de um bom autor, tem exatamente a mesma capacidade alucinógena que muito aditivo...

Imitando Alexandre Garcia, no Bom Dia Brasil, que parafraseou Castro Alves em homenagem a Jose Mindlin, aí vai minha humilde homenagem a alguém que até pouco eu nem conhecia - mas me sinto afim como se fosse aquele avô querido, que nos lê histórias velhas e boas na beira da cama...

"Filhos dos séculos das luzes!

Filhos da Grande Nação!

Quando ante Deus vos mostrardes,

Tereis um livro na mão:

O livro - esse audaz guerreiro

Que conquista o mundo inteiro

Sem nunca ter Waterloo...

Éolo de pensamentos,

Que abrira a gruta dos ventos

Donde a Igualdade voou!...

Por uma fatalidade

Dessas que descem de além,

O século que viu Colombo,

Viu Gutenberg também.

Quando no tosco estaleiro

Da Alemanha o velho obreiro

A ave da imprensa gerou...

O Genovês salta os mares...

Busca um ninho entre os palmares

E a pátria da imprensa achou...

Por isso na impaciência

Dessa sede de saber,

Como as aves do deserto -

As almas buscam beber...

Oh! Bendito o que semeia

Livros... livros à mão-cheia...

E manda o povo pensar!

O livro caindo n`alma

É gérmen - que faz a palma,

É chuva - que faz o mar."

Um comentário:

Bárbara disse...

Ai, flor... que coisa mais linda!
Eu me sinto que nem tu... "ler os pergaminhos secretos da biblioteca de Alexandria" ou "ler tem exatamente a mesma capacidade alucinógena que muito aditivo" me fizeram ficar de boca aberta!
Eu amei!!!
Foi demaiss!
E foi demais também o teu comentário no meu blog...
tu não sabe como foi importante pra mim.
Muito obrigada!
Beijos mil.