sexta-feira, 19 de março de 2010

Desamores e Grandes Esperanças - O Filme

Pessoas. Corpos. Feeling. Toques.
Relações são feitas disso, não importa que tipo de relação.
Há muito tempo atrás, em uma galáxia muito distante, em um tempo sem muito apego, corações eram jogados às margens de rios sem nada de amor.
Depois, aquele monte de lágrimas rolavam bochechas abaixo, incompreendidas, irrefutáveis, lamentáveis...

Depois de algum tempo me dei conta de que a Lei do Retorno Triplo existe e funciona...e como eu tomei... e em retaliação eu fazia mais, por que afinal, eu sou "fodona" e posso me dar ao luxo de escolher de quem gostar e o que fazer quando dá errado (geralmente envolvia festas intermináveis + bebidas em enorme quantidade + risadas escancaradas cheias de mágoas + ressacas intermináveis no dia seguinte + histórias engraçadíssimas com as amigas).

Hoje me vejo ás vezes dando conselhos e dicas para algumas pessoas que me pedem, e lá vou eu, com os mesmos dogmas antigos que funcionaram pra mim, exclusivamente, por que afinal eu sou quem eu sou e eu tenho esse tipo de personalidade corrosiva e tóxica. De tanto apanhar, aprendi a bater melhor.
O que eu não tinha me dado de conta é que as meninas de hoje são diferentes de mim quando eu tinha 18/20 e poucos anos. Os interesses são outros, o comportamento é outro, as ambições são outras. E, é claro, a resposta às ações são diferentes também. Não posso esperar que alguém que esteja passando por problemas hoje, faça o que eu faria e dê certo. Deu certo comigo porque deu, sem muitas razões explícitas.

Ontem estava eu confabulando com uma das minhas irmãs e chegamos à conclusão que, cara, como a gente não sofre
Toda vez que nos metíamos em roubadas, de certa forma sabíamos que ia dar merda e então encarávamos a situação como "azaaaaaar...relaxa e goza (tal qual Martha Suplicy!)".
E daí quando batia forte, com aquelas pessoas que, caralho, queremos ficar e simplesmente não dá certo por N razões, engolia-se o choro e "Bora pra festa de novo"!

Bem, demora para percebermos algumas coisas óbvias, como "se eu não me amo, ninguem vai me amar".
E excesso de auto-confiança, medo de se envolver, capacidade ilimitada de machucar os corações alheios são apenas uma forma masacarada de falta de amor próprio.
Melhor bater antes e perguntar depois. Melhor machucar antes e desculpar-se depois.
Melhor largar fora antes de se envolver, e depois correr atrás e ver se ainda dá tempo de recuparar aquele coração. Falo de mim exclusivamente, de mais ninguém.
_____________________________________________________________

Tem um filme chamado Grandes Expectativas (com a Gnyneth Paltrow e Ethan Hawke), adaptação de um livro do Charles Dickens "Great Expectations" que conta a história de uma artista apaixonado por uma bela e fria mulher, criada por uma tia louca decepcionada com os homens.
Em determinada cena, depois da menina ter feito gato e sapato dele e casado com outro sem ele saber, ele para em frente a tia da menina, pega a mão dela, coloca em seu peito e pergunta
"Sabe o que é isso? É o meu coração. E ele está machucado. Você pode sentir isso?"


Parte do filme Grandes Esperanças!

Ok, pieguisse de lado, a cena é fortíssima (link acima) por que nunca nos damos de conta que estamos machucando alguém pois estamos sempre preocupados em nos satisfazer emocionalmente ou fisicamente.


Só nos damos de conta do quanto machucamos alguém quando acontece conosco.

E quando não acontece conosco acabamos assim, escrevendo em blogs teorias pobres a respeito de corações machucados com frases piegas...

xoxo

Um comentário:

disse...

Curiooosa pra ver esse filme. Fiquei pensando e me questionei o quanto já machuquei e o quanto fui machucada. Se feri mais ou se fui mais ferida. Então... na verdade? Não sei! ps.: amei o texto!