terça-feira, 19 de outubro de 2010

ele e eu...

Foi amor à primeira vista...

Nos conhecemos em um bar bacana, assim, como todo o amor deveria começar.

Ele me olhou e me ganhou de cara... tentei me fazer, tentei não gostar do sabor que me descia pela garganta quando salivava olhando pra ele, mas não teve jeito... me ganhou de cara mesmo...

Ao longo do tempo vivemos uma intensa, cara e rebelde paixão. Passávamos noites e noites juntos, lado a lado, na loucura que nos cercava.

Íamos juntos a todos os lugares e compatilhávamos as festas, os beijos, os gostos, o sexo... Nos tornamos cumplices das mais loucas aventuras e, sempre que eu titubeava, era ele que me encorajava a seguir em frente e me jogar do precipício que eu me dispunha a visitar, frequentemente, todas as noites.

Com o tempo, viciei nele e naquele cheiro que me deixava bêbada de amor.

Não podia mais viver longe dele. Ele era necessário à minha sobrevivência, à minha felicidade...
As pessoas não me reconheciam sem ele...ele fazia parte de mim.

Foi quando, um dia, o encanto se quebrou. Me percebi dependente dele. Viciada. Inebriada de paixão desenfreada. Enlouquecida de amor.

O sentimento era tão forte que virou doença: não fazia nada sem ele, vivia pra ele e com ele, eu não era eu mesma sem ele...

Foi então que decidi terminar essa relação... pois quando um amor com toda essa intensidade não nos deixa viver, não nos deixa dormir e nos torna dependentes, é melhor deixar de lado o quanto antes...

Não foi fácil terminar tudo. Sofri, Chorei (...tanto que nem sei...). Tive crises, tremia, suava... Mas persisti na busca pela minha independência, através dos delírios e devaneios que tinha diariamente quando fechava os olhos...

Hoje sou feliz sem ele. Depois de tanto tempo juntos, depois de tantos momentos maravilhosos que me causavam aquele brilho inconfundível no olhar, é melhor pra mim estar longe dele.

As vezes nossos olhares se cruzam, despretensiosos. Ele pisca, eu me faço de desentendida... Apago a luz da sala e finjo que ele não está lá, soberano, em cima da minha estante da sala, enfeitando com sua cor madeira e seu rótulo inegável os passos que eu não hei de dar ao seu lado...

Querido Johnny, vc é passado...

Xoxo

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