A conformidade talvez seja a pior posição a respeito de algo. Quando sabemos que as coisas não mudarão, ou ainda, piorarão, o sentimento de impotência aumenta e então, apenas nos conformamos...
Foi assim de uns anos pra cá.
Todos ao meu redor sabem que eu não curto natal. Ano passado fizemos até uma comemoração Anti-Natal, com muito whisky e risadas e nenhuma reflexão. Todo mundo sabe que nessa época, minhas garras crescem, eu fico mais estúpida e dou chocotones às amigas por que amo elas – e só.
Me conformei a ver e crescer com um natal cada ano mais falso. Quando eu era criança a festa era linda, jantávamos todos juntos, ríamos, fazíamos festa mesmo. Celebrávamos o amor em família. Hoje, um jantar e um feliz natal morno escorrem junto às propagandas de TV parceladas em 24x sem juros. Depois da ceia queremos festa e trago... e só.
Me conformei em ver, com o passar do tempo, a família ficando cada vez menor, cada vez mais individual. A ver o consumismo aumentar, a violência aumentar, o descaso aumentar e a caridade virar rótulo de celebridades de 15 minutos. E me conformando acabei desistindo de pensar que o natal deste ano poderia ser diferente...
Hoje, o natal pra mim representa uma instituição falida em busca de donativos; tentando uma sobrevida que dure 11 meses. Uma falsa imagem de compreensão, de atitude positiva, de amor passada ao próximo apenas enquanto tem alguém olhando. O natal faliu. Minha crença, que faliu a muito tempo, só faz concretizar uma frustração de que nada novo vai acontecer esse ano que me faça mudar de idéia.
A conformidade pode ser a pior posição; lutar contra uma maré de oportunistas natalinos é ainda mais frustrante que não sentir uma compaixão natalina forçada.
Será que cristo, hoje lá de cima, vendo as pessoas gastando o salário todo em presentes que não precisam pra pessoas que muitas vezes não gostam, sente-se homenageado? Não vejo uma oração na mesa de natal a anos, e a impressão que tenho é que não sabemos mais como orar ou agradecer.
Minha fé é grande e inabalável; e as pessoas ainda surpreendem-se quando digo que não gosto de natal (-credo!!! É o nascimento de Jesus!), mas não deixo de questionar o sentimento contraditório que me causa um dos feriados mais populares mundialmente: não vejo sentido no natal, não gosto da janta, dos cumprimentos tampouco dos presentes, acho tudo sem propósito e falso demais.
Não me conformo que com toda essa violência, esse descaso como disse, esse samba louco que corre as ruas e nos faz entorpecer em uma festa religiosa; não me conformo com essa distância entre membros da própria família, salva de tiros comemorando a meia-noite, quebra de taças brindando champagne de mau gosto.
Pior que não enxergar é não ver.
Foi assim de uns anos pra cá.
Todos ao meu redor sabem que eu não curto natal. Ano passado fizemos até uma comemoração Anti-Natal, com muito whisky e risadas e nenhuma reflexão. Todo mundo sabe que nessa época, minhas garras crescem, eu fico mais estúpida e dou chocotones às amigas por que amo elas – e só.
Me conformei a ver e crescer com um natal cada ano mais falso. Quando eu era criança a festa era linda, jantávamos todos juntos, ríamos, fazíamos festa mesmo. Celebrávamos o amor em família. Hoje, um jantar e um feliz natal morno escorrem junto às propagandas de TV parceladas em 24x sem juros. Depois da ceia queremos festa e trago... e só.
Me conformei em ver, com o passar do tempo, a família ficando cada vez menor, cada vez mais individual. A ver o consumismo aumentar, a violência aumentar, o descaso aumentar e a caridade virar rótulo de celebridades de 15 minutos. E me conformando acabei desistindo de pensar que o natal deste ano poderia ser diferente...
Hoje, o natal pra mim representa uma instituição falida em busca de donativos; tentando uma sobrevida que dure 11 meses. Uma falsa imagem de compreensão, de atitude positiva, de amor passada ao próximo apenas enquanto tem alguém olhando. O natal faliu. Minha crença, que faliu a muito tempo, só faz concretizar uma frustração de que nada novo vai acontecer esse ano que me faça mudar de idéia.
A conformidade pode ser a pior posição; lutar contra uma maré de oportunistas natalinos é ainda mais frustrante que não sentir uma compaixão natalina forçada.
Será que cristo, hoje lá de cima, vendo as pessoas gastando o salário todo em presentes que não precisam pra pessoas que muitas vezes não gostam, sente-se homenageado? Não vejo uma oração na mesa de natal a anos, e a impressão que tenho é que não sabemos mais como orar ou agradecer.
Minha fé é grande e inabalável; e as pessoas ainda surpreendem-se quando digo que não gosto de natal (-credo!!! É o nascimento de Jesus!), mas não deixo de questionar o sentimento contraditório que me causa um dos feriados mais populares mundialmente: não vejo sentido no natal, não gosto da janta, dos cumprimentos tampouco dos presentes, acho tudo sem propósito e falso demais.
Não me conformo que com toda essa violência, esse descaso como disse, esse samba louco que corre as ruas e nos faz entorpecer em uma festa religiosa; não me conformo com essa distância entre membros da própria família, salva de tiros comemorando a meia-noite, quebra de taças brindando champagne de mau gosto.
Pior que não enxergar é não ver.
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Minha vó, na sabedoria de seus 90 anos, me disse ontem que "Deus, em sua glória, nos concede a dádiva de com o passar do tempo ir ganhando rugas e perdendo a visão, pois como somos seres dotados de grande vaidade, não nos conformaríamos de nos ver todos enrrugados!".
Sábia veia!
Um Feliz Natal a todos! Que vcs possam encontrar o que eu não encontro nessa data...e que 2009 seja um daqueles anos de perder o fôlego de tão bom!